Desempenhos positivos da Agropecuária (+67,5%) e Indústria (+9,7%) foram decisivos para o resultado
A recuperação da estiagem que afetou a produção do campo no Rio Grande do Sul em 2020 e o avanço da produção industrial puxaram o resultado da economia em 2021. O Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho teve alta de 10,4%, somando R$ 582,968 bilhões. Houve crescimento significativo na Agropecuária (+67,5%) e na Indústria (+9,7%). Os números do Estado superaram os registrados no país, que terminou 2021 com aumento de 4,6% no PIB.
Quando considerado apenas o quarto trimestre de 2021, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o PIB teve alta de 3,3%, enquanto que na comparação com igual período de 2020 a variação foi positiva em 5% no Estado. No Brasil, o desempenho para os mesmos períodos foi de 0,5% e 1,6%, respectivamente.
O resultado do acumulado do ano e do quarto trimestre de 2021 da economia gaúcha foi divulgado nesta quarta-feira (16/3) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), em live com a participação do secretário da SPGG, Claudio Gastal.
Acumulado do ano
Além do crescimento expressivo da Agropecuária e da Indústria, os Serviços apresentaram alta de 4,1% no Estado em 2021. Na comparação com o Brasil, os números do RS ficaram acima do país na Agropecuária (+67,5% e -0,2%, respectivamente) e na Indústria (9,7% e 4,5%), enquanto nos Serviços ficou um pouco atrás (4,1% e 4,7%).
Na Agropecuária, após perdas expressivas em 2020, a recuperação foi puxada pela alta na produção de soja (80,8%), trigo (68,5%), fumo (19,4%), arroz (6,8%) e milho (4,3%).
Na Indústria, todas as atividades registraram desempenho positivo no ano passado, desde a Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+1,6%), passando pela Indústria extrativa mineral (4,8%), Construção (7,4%) e a Indústria de Transformação (11,8%), a de maior representatividade na economia do Estado.
Por segmento da Indústria de Transformação, 12 das 14 atividades industriais do Estado tiveram crescimento nas taxas, com destaque para Máquinas e Equipamentos (35,5%), Produtos de metal (19%), Couro e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (16,5%) e Metalurgia (16,4%). Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,4%) e Produtos do fumo (-4,4%) foram os únicos com desempenho negativo em 2021.
Nos Serviços, o Comércio (6,6%) colaborou para a alta, também puxada pelo desempenho dos segmentos de Outros serviços (7,5%), Serviços de Informação (7,1%) e Transportes, armazenagem e correio (7%). Das 10 atividades do Comércio consideradas no cálculo, seis tiveram resultado positivo no ano passado, entre as quais Outros artigos de uso pessoal e doméstico (30,2%), Tecidos, vestuário e calçados (22,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (16,7%) e Material de construção (5,1%). Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-18,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,9%), Hipermercados e supermercados (-5,6%) e Móveis e eletrodomésticos (-4,7%) foram na direção oposta em 2021.
“Estamos com um nível de PIB bastante elevado, levemente inferior ao registrado no pico da série, no segundo trimestre de 2013, ano em que também houve recuperação da safra de grãos no Estado. Contudo, os desafios de 2022 já se impõem nesse início do ano, com prováveis perdas de produção na agropecuária, em decorrência de nova estiagem, e com os possíveis impactos globais dos atuais conflitos no leste europeu”, disse Vanessa Sulzbach, chefe da Divisão da Análise Econômica do DEE, responsável pelo indicador.
O PIB per capita do Rio Grande do Sul em 2021 foi de R$ 50.840,40 – aumento real de 10% em relação a 2020.
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