Erechim é representada em evento inédito na área da saúde
- Najaska - Jornalismo
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A fonoaudióloga Anelize Montemezzo esteve presente no 1º Curso Internacional ABD

A Academia Brasileira de Disgafia realizou o 1º Curso Internacional sobre Distúrbio Alimentar Pediátrico e no Grupo Aerodigestivo. Estiveram presentes, 76 pessoas de todo Brasil, 11 profissionais do Rio Grande do Sul, sendo uma delas do município de Erechim.
Nem todos os distúrbios alimentares estão associados com a forma ou o tamanho do corpo. Para alguns a preocupação é com o simples fato de levar um alimento à boca, mastigar e engolir. O que é automático para a maioria da população, para outros pode não funcionar.
Há menos de 10 anos, quando uma criança sem nenhuma condição médica em que ocorria uma dificuldade para engolir, em qualquer uma das fases do processo de deglutição ela se encaixava em um grupo chamado Disfagia, mas isso mudou. Com o passar dos anos, estudos foram desenvolvidos e novas nomenclaturas foram inseridas.
O Curso Internacional realizado em São Paulo, no Hospital Samaritano apresentou o primeiro consenso sobre Distúrbio Alimentar Pediátrico (DAP) e Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE). Este consenso escrito e desenvolvido pela equipe referência mundial do Doutor Praveen Goday, foi publicado em outubro de 2024 e apresentado pela primeira vez no Brasil entre os dias 14 e 16 de março.
Sobre a participação no evento internacional, a fonoaudióloga Anelize Montemezzo explica que a equipe do Dr. Godoy, realiza o Programa Alimentar Pediátrico do Nationwide Children´s Hospital, na cidade de Columbus, nos Estados Unidos. “No Programa as crianças são atendidas por uma equipe transdisciplinar, três vezes por dia, durante 40 dias. Na equipe transdisciplinar, os profissionais compartilham conhecimentos, trabalham além dos limites de suas especializações. É uma equipe que atua de forma integrada e colaborativa com cada paciente. Todas essas informações e condutas nos foram apresentados durante o evento, o que me faz refletir sobre a necessidade e a importância dos profissionais estarem se atualizando com as maiores referências mundiais dentro de suas áreas”, avalia.
Diferenças
Anelize faz um alerta para alguns sintomas que as crianças podem apresentar. “Muitas crianças são restritivas, tentam evitar comer alguns vegetais ou outros alimentos, e podem estar apresentando sinais de DAP ou TARE, por exemplo. Uma maneira de perceber as alterações alimentares é observar sinais como ansiedade, repuna, querer sair da mesa quando são apresentados a um novo alimento. Pessoas com essa condição terão uma lista de apenas cinco ou dez alimentos que se sentem confortáveis e seguras para comer”, explica.
Terapia
Uma boa relação com a comida é fundamental. A condição alimentar geralmente começa na infância, mas pode afetar todas as idades e as consequências podem aparecer ao longo de suas vidas, afirma Anelize. “A avaliação fonoaudiológica de uma criança que chega ao meu consultório, por exemplo, inicia sempre com uma conversa com os pais, aqui falamos desde a gestação até o período atual. No segundo momento os pais participam mostrando como e o que fazem na hora de oferecer o alimento, pois além de falar é preciso observar. Depois disso, conforme as necessidades é desenvolvido um plano terapêutico individual que geralmente envolve uma exposição guiada e segura aos alimentos para que a criança possa aprender as associações com esses alimentos e de fato poder fazer suas escolhas alimentares com segurança e prazer alimentar, e por fim comer, se alimentar”, revela.
Em casa
Para Anelize o evento trouxe algumas discussões e estudos de caso que já se vive no dia a dia, apresentando não só uma teoria, mas sim uma realidade. “O que ficou claro sobre o trabalho que desenvolvemos como fonoaudióloga é sobre o resultado. O resultado ou o mais próximo que conseguimos chegar disso é alcançável quando família e profissional trabalham juntas. Na verdade isso é para qualquer terapia que a criança está realizando”, reflete.
O 1º Curso Internacional foi promovido pela Academia Brasileira de Disfagia (ABD) e ministrado pelos profissionais da equipe do Dr. Goday, composta por gastroenterologista pediátrico, cirurgiã pediátrica, otorrinolaringologista pediátrica, pneumologista pediátrica, fonoaudiólogas, psicóloga, terapeuta ocupacional e nutricionista.
O evento vem de encontro com o Dia Nacional de Atenção à Disfagia, comemorado no dia 20 de março. A data foi instituída pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
A Disfagia se trata de uma condição médica em que ocorre uma dificuldade para engolir, em qualquer uma das fases do processo de deglutição (Pré-oral, Oral, Faríngea e Esofágica), causada por: uma alteração neurológica (Disfagia Neurogênica) ou na sua estrutura (Disfagia Mecânica), que acaba interferindo no movimento regular e eficaz, necessário para que os alimentos líquidos ou sólidos cheguem até o estômago.
Alguns dos sintomas da disfagia: Engasgos, Tosse, Sensação de alimento parado na garganta, Alimentos e saliva que escapam da boca, Recusa alimentar. Como consequência a disfagia pode causar desnutrição, desidratação, problemas pulmonares, isolamento social e consequências emocionais.
Por: Assessoria de Comunicação
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